segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tema: Legalização da maconha - 3º ano do Ensino Médio.


LEGALIZAÇÃO DA MACONHA

LOS ANGELES - Os californianos decidiram na terça-feira, 2, em votação, contra a legalização da maconha para uso recreativo no Estado, segundo projeções de pesquisas de boca-de-urna.

O resultado coincide com as últimas sondagens, que mostravam oposição majoritária para que não houvesse a liberação da droga para este fim. A droga atualmente está legalizada na Califórnia, desde que haja prescrição médica no tratamento de doenças que vão desde a insônia até o câncer.

Horas antes de se encerrar a votação, os idealizadores da Proposta legislativa 19, como ficou conhecida, diziam que apesar da derrota iminente "haviam colocado a maconha na boca de todo o mundo e que a discussão continuava aberta", como frisou Dale Sky Jones, um dos responsáveis pelo centro educativo sobre a maconha da Oaksterdam University, na Califórnia.
Defensores famosos

Os defensores da legalização - que incluem personalidades como a atriz Susan Sarandon e o bilionário George Soros - dizem que a taxação sobre a venda da droga traria uma considerável receita extra para o Estado e permitiria que policiais e o poder judiciário se concentrassem em lutar contra drogas mais pesadas.

Os críticos, porém, alegam que a legalização da maconha prejudicaria o desempenho acadêmico dos estudantes e aumentaria o número de acidentes no ambiente de trabalho. O governador do Estado, Arnold Schwarzenegger, e a Casa Branca comemoraram a derrota da proposta. "Hoje, os californianos reconheceram que legalizar a maconha não vai tornar nossos cidadãos mais saudáveis, resolver o problema orçamentário da Califórnia ou reduzir a violência ligada às drogas no México", declarou o diretor para Política de Drogas da Casa Branca, Gil Kerlikowske, após a divulgação dos primeiros resultados.

"O governo Obama foi claro em sua oposição à legalização da maconha porque pesquisas revelam que o uso de maconha está associado a internações voluntárias para tratamento de vícios, acidentes fatais sob influência de drogas, doença mental e admissão em setores de emergência nos hospitais.“

O presidente do México, Felipe Calderón, havia criticado a votação. Ele disse que seria contraditório os EUA lutarem contra o narcotráfico e, ao mesmo tempo, permitir o consumo deliberado da droga em algumas partes de seu território.

                   O último levantamento realizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) sobre o uso da maconha no Brasil, em 2005, revelou que 8,8% da população brasileira já consumiram a droga alguma vez na vida. Entre adolescentes, esse índice era menos da metade: 4,1%.

Outro levantamento do SENAD, desta vez sobre o consumo de álcool, de 2004, mostrava que 48% dos adolescentes na mesma faixa etária já tinham experimentado bebidas alcoólicas uma vez na vida, um índice mais de dez vezes maior que o da maconha. Entre crianças de 10 e 12 anos, 41%.

Os números mostram que as maiores vítimas de uma eventual liberação da maconha no Brasil seriam os jovens e adolescentes. O álcool, liberado, já foi consumido por quase metade de todos os indivíduos nessa faixa etária. Já a maconha, hoje proibida, tem baixa penetração entre os adolescentes. E é melhor que assim permaneça segundo os especialistas -  inclusive os que defendem a liberação de seu uso terapêutico e científico no Brasil.

Mesmo Antonio Zuardi, psiquiatra e professor do departamento de neurociências e ciências do comportamento da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, que já realizou várias pesquisas comprovando que substâncias presentes na maconha podem atuar beneficamente em pessoas com fobia social, ressalta os perigos da maconha para os adolescentes. “Alguns estudos mostram que o uso excessivo em jovens em fase de desenvolvimento  pode aumentar a chance de desenvolver quadros psicóticos no futuro. Existem outras evidências de que o uso muito intenso pode produzir problemas cognitivos, de memória e de raciocínio”, afirma.


Para o psiquiatra Ivan Mario Braun, autor do livro Drogas – perguntas e respostas (mg editores), que também defende o uso medicinal das substâncias da Cannabis sativa, nome científico da planta da maconha, não há nada de subjetivo nos efeitos prejudiciais da droga. “Ela prejudica o aprendizado e facilita o aparecimento de surtos psicóticos em pessoas pré-dispostas.”

O consumo da maconha por pessoas em fase de desenvolvimento pode provocar danos permanentes. Dependendo da quantidade consumida, os problemas que a droga causa à memória de curto prazo – aquela que faz você lembrar o conteúdo que o professor acabou de passar – podem se intensificar e prejudicar também a memória de longo prazo.

Elisaldo Carlini, professor da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e talvez o maior especialista no uso medicinal e científico da maconha no Brasil, deixa claro que a droga impede a memória de curto prazo e seu uso crônico faz o rendimento intelectual cair
Rede de proteção
Ronaldo Laranjeira, coordenador da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da UNIFESP, Phd em psiquiatra pela Universidade de Londres, é definido como um “cruzado” por Carlini, que foi seu professor na década de 80. “Eu o chamo para tomar uma cerveja, mas ele não bebe”, brinca. Laranjeira é um dos organizadores do Primeiro Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, realizado pelo SENAD, e pertinaz oponente da liberalização da maconha.


“Na Holanda, quando se flexibilizou o mercado da maconha, aumentou o consumo. No Brasil isso seria temerário, já que não temos uma rede de proteção como a Holanda tem.” Segundo Laranjeira, 80% dos usuários de droga na Holanda tem contato com o sistema de saúde – o que não acontece no Brasil.

Há alguns problemas que não são levados em conta quando se fala de liberar a maconha no Brasil, diz Laranjeira. O índice de usuários regulares no Brasil fica entre 2 e 3% da população, metade do índice americano e holandês. “Para aplicar a mesma política aqui, onde o consumo ainda é baixo do ponto de vista da saúde pública, é preciso tomar cuidado. Nem sempre o que é bom lá vai ser bom aqui.”

Segundo Laranjeira, a legalização, da forma que está sendo proposta, aumentaria o consumo justamente entre os jovens. “Quem vai mais consumir não é um senhor de 50 anos, é o cara de 15”, afirma. Ele refuta a fama de 'droga leve' da maconha. “Falar que maconha não faz mal é um absurdo do ponto de vista psiquiátrico. Sabemos que 13% dos novos casos de esquizofrenia são decorrentes do uso da maconha.”
Como a droga atua
 Na primeira infância, há uma reorganização do sistema nervoso central e milhares de neurônios morrem para que a criança passe por um processo de amadurecimento. O cérebro passa por essa fase no início da puberdade. Nas meninas, ocorre entre 10 e 11 anos, e nos meninos com 12 e 13 anos. O termo técnico para essa morte celular programada é apoptose.

Depois desse momento, surgem novas sinapses que preparam o adolescente para as funções da idade adulta, como o pensamento abstrato, planejamento e o cálculo matemático, que estão relacionados a uma área específica do cérebro chamada córtex pré-frontal. É exatamente nessa área que funciona o sistema de recompensa, onde todas as drogas que causam dependência agem, como o álcool, o tabaco, a cocaína, a maconha.

“Se você pensar que uma criança começa a consumir uma dessas drogas ou a maconha, o que vai acontecer com essa estrutura? Ela vai ser totalmente danificada precoce e irreversivelmente. Essas novas sinapses, essas novas ligações neuronais vão ser destruídas pelo uso da maconha”, afirma Marco Antonio Bessa, presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria.

Se a droga é utilizada por pessoas maiores de 18 anos, o dano estará relacionado à quantidade e frequência do uso. Estudos mostram que quanto mais cedo o consumo de qualquer droga, maior o risco de se tornar dependente. “Os jovens acham que é uma droga leve, mas os efeitos danosos são piores que os do álcool e os do tabaco”, diz Bessa.
(...)

 O ator da Rede Globo, e protagonista do filme Tropa de Elite 2, Wagner Moura, participou na última quarta-feira (13) de um debate em São Paulo, no Teatro Bombril, onde o filme foi exibido seguido de uma conversa entre cineastas, jornalistas e o público.


Wagner falou sobre o filme, sobre a identificação com o personagem, o "famoso" Capitão Nascimento, e tocou em um assunto abordado no longa e muito discutido nos dias de hoje: a liberação e a legalização das drogas.


"A política de repressão não tem funcionado. Eu vejo a questão das drogas como uma questão de saúde pública. Eu sou a favor da legalização das drogas, a começar pela evidente necessidade da legalização da maconha, e digo isso como cidadão, de forma quase irresponsável porque não sou nenhum especialista em drogas, acho que isso deve ser visto por pessoas muito mais gabaritadas do que eu. O que eu constato é que a repressão é ineficaz, só gera mais morte e tiroteio, e tem muito mais gente morrendo na guerra do tráfico, do ilícito, do que propriamente usando a droga", declarou o ator.




Sobre o engajamento político da juventude na sua época e atualmente, Wagner destacou uma diferença positiva entre os comportamentos das duas gerações e a forma com que o jovem contemporâneo vê e lida com a política:

"Na minha época, a grande maioria dos jovens era muito alienada de política. Na época dos caras-pintadas, saía só pra pegar mulher, beber uma cervejinha e hoje vejo um interesse muito maior. (...) Eu acho que se um filme como esse, político e ao mesmo tempo um fenômeno de cultura de massa, ajudar a garotada a pensar e refletir sobre política só contribui", disse.
TAREFA 1


Após a leitura da matéria, faça uma pequena entrevista (gênero) com o ator Wagner Moura, a qual deverá constar:
Três perguntas que explorem dados importantes sobre o debate o qual participou no Teatro Bombril e sobre a visão do mesmo  com relação à legalização da maconha; e (propósito) as três respctivas despostas, também com base na matéria (propósito).
Lembre-se de que não deverá recorrer à mera colagem de trechos do texto lido.
TAREFA 2


Coloque-se na posição de um jornalista que, com base na leitura do texto deverá escrever um editorial, isto é, um artigo jornalístico opinativo, para um importante jornal do país, discutindo a legalização da maconha no Brasil (propósito). Seu texto deverá, necesariamente:
Retratar a problemática a través de uma crítica constrututiva e um posicionamento claro sobre a questão em pauta.
Apontar uma possível solução sobre o assunto, baseada no ponto de vista definido.
TAREFA 3


Após a leitura da matéria, faça uma pequena crônica (gênero) sobre o assunto em questão, ressaltando a problemática e destacando seu ponto de vista, como cidadão ativo da atual sociedade.
Tarefa 4
Fazer uma dissertação, de 20 a 20 linhas sobre o tema proposto, posicionando-se a respeito do mesmo, com título.